Oiii!
Preciso compartilhar com vocês a minha primeira experiência de viajar sem a Helena. Hoje ela tem três anos e pela primeira vez desde que ela esteve na minha barriga eu nunca, mas nunca fiquei um fim de semana longe dela, quem dirá em outro estado. Masss aconteceu, e foi em uma viagem a trabalho. Confesso que quando soube que faria essa viagem, ao mesmo tempo que achei desafiante, só me vinha a minha filha na minha cabeça e zilhões de perguntas sobre como seria eu e ela ficarmos longe uma da outra por mais que um dia. Sim, como toda libriana nata fiz muitos questionamentos até parar e deixar fluir…

Uma semana antes…
Aff, o medo de avião que carrego comigo desde que me conheço por gente, aliás, minto, quando eu era criança eu me lembro da minha primeira vez num avião, aos dois anos de idade, e achei o máximo estar no “céu”. Lembro exatamente da cena, eu admirada por estar entre as nuvens hahaha. Mas conforme crescemos vamos adquirindo medos (coisas chatas de adulto, vamos combinar?), e o de avião é um deles para mim.
Dois dias antes…
Fiquei muito melancólica, lembrava da Helena no trabalho e meus olhos enchiam de lágrimas. O sentimento de culpa veio sei lá quantas vezes. Compartilhei esse meu fantasma com algumas amigas, um delas foi a minha amiga do trabalho, aliás, essa é guerreira, já é íntima da Lelê de tanto escutar eu falar dela rs.
No grande dia…
Essa sensação de culpa persistia, mas tinha algo maior que se sobressaia: realizar um bom trabalho para qual eu fui direcionada. Talvez ansiedade? Sim, mas falar de ansiedade é redundância na era em que vivemos, né, minha gente?
Bom, trabalhei e depois fui para o aeroporto e Helena aparecia na minha mente de forma orgânica, tão normal quanto o ato de respirar. Olhei fotos, vi vídeos, perguntei dela. Me acalmei, estava tudo bem, pensei: “Fernanda, relaxa e se concentra na decolagem, ou melhor, devore a revista de bordo na sua frente. Olha pro céu pela janela e relembre a cena de quando você era um tico de gente e achou coisa de outro mundo voar”.
Cheguei no destino, que por sinal, tinha o mar azul de Pernambuco como quadro natural. Liguei o celular para falar com ela em vídeo. Ela estava mega feliz! E eu, mais feliz ainda e grata por ela estar ótima.
No dia seguinte (ainda em viagem a trabalho)
Acordei umas cinco da manhã com o cheirinho dela. Tá, vou contar para vocês, eu levei uma blusa dela usada para dormir sentindo o cheirinho dela, que sou viciada. Quem é mãe, vai me entender. E quem não é, acho que também hahahaha.
Quis ver o nascer do sol. Gente, lá em Pernambuco por volta das cinco da manhã o sol já nasceu. A terrinha é tão calorosa que até o sol de lá não quer perder tempo! Aliás, que povo receptivo, hein. Brasileiro é conhecido como um povo caloroso e acolhedor, mas lá em Pernambuco o pessoal é extremamente simpático, adora receber turistas, e ai se falar mal da terra dele.
Me preparando para o café da manhã, fui ao banheiro e por alguns segundos passou pela minha cabeça que eu tinha que ir logo porque a Helena estava me esperando do outro lado do banheiro, no quarto do hotel. Olha que louco, é a nossa cabeça de mãe nos pregando peça.
No café da manhã, toda criança que eu via lembrava dela e o quanto ela estaria feliz de estar ali. Respirava, olhava uma foto dela e voltava a minha cabeça para o trabalho.
No trabalho, me concentrei e consegui me desligar dela porque a função me chamava. Trabalhei, trabalhei, trabalhei. Voltei pro hotel, e nas poucas horas de descanso até continuar a pauleira à noite fui conhecer umas praias de Porto de Galinhas (o evento era por ali). Foi o tempo para tirar foto, molhar o pé na água e admirar um pouco a natureza em sua mais bela perfeição. Isso foi revigorante para mim.
Essa experiência me fez voltar para mim, desacelerar, fazer as coisas de uma outra forma, sem se preocupar com obrigações além das minhas. Me fez olhar para as minhas ideias e vontades, conversar comigo mesma. Me fez perceber o quanto é bom ter um tempo para nós mesmas, apesar do misto de sentimentos contraditórios.

Na volta…
Ao voltar para a casa eu estava cheia de saudades e fui correndo para a casa ficar grudadinha com ela.