2020, um ano de quem cuidou

Colagem de Pinterest

Resilientes, valentes. Daqui do meu lugar, me refiro à nós, mulheres, tanto àquelas que são mães ou às mães por tabela, que acolhem a amiga, o irmão, o vizinho (o instinto materno corre nas veias de uma mulher).

Todas sentiram. Sentiram medo de um futuro incerto amedrontador. Sentiram dores imensuráveis, da perda, da iminência de uma, do emprego ou da vida de um ente querido. Em meio à dores, medos e confusões, ressurgiram, dia após dia. Geraram vidas, seja uma gravidez ou um novo projeto, um propósito de vida, um trabalho.

Desafiando as próprias leis da física, onde o pensamento cria o resultado, muitas, mesmo com o pavor do caos latente, trabalharam incansavelmente para salvar e cuidar. Aliás, essa palavra “cuidar” nunca ganhou tanta notoriedade como agora, no mundo pandêmico. Mulheres que distribuíram cestas básicas, marmitas e agasalhos. Acolheram muitos e reduziram perdas.

E ainda que vararam (e varam) noites costurando máscaras para a vizinhança. Há quem viajou quilômetros para manter esperança às crianças, desoladas com a ausência da sala de aula. Se sensibilizaram por testemunhar a alegria de quem teve de volta o sonho dos cadernos.

Lágrimas escorreram dos mais diversos cantos e se tornaram antídoto para seguir com fé, que, em vez de minguar, cresceu. Com o passar dos dias, criaram cada uma a sua couraça de proteção, que nada tem a ver com a sensibilidade na alma feminina, pois essa prevalece intacta.

Sob efeito de uma força incalculável, algumas superaram um casamento infindável. E tal como um procedimento cirúrgico que invade o corpo trazendo um mudança, se anestesiaram da dor. Uma anestesia causada por música, leituras, escritas, vozes, ouvidos. Quando o efeito indolor passava, a ação ganhava seu espaço na dimensão da vida.

Pois, no fim das contas, é preciso continuar sonhando e fazendo por onde já que o desejo de deixar algo para posteridade é latente. Em 2020, o roteiros ganharam emoções parecidas com o contraste pessoal marcado pela história e personalidade de cada uma de nós, mulheres.

Para 2021, que demos um reset no que não foi bom e que as energias, emoções e experiências positivas de um ano atípico e por tantas vezes amargo sejam carregadas juntas com cada uma de nós.

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Como sobreviver às demandas da maternidade

Imagem de Ketut Subiyanto no Pexels

A vida tá uma loucura, eu sei. Tem dias que as 24 horas parecem ter 48 de tanta coisa… Um dos efeitos do nosso atual cenário é a crise do cuidado. 41% das mulheres que seguem trabalhando remuneradamente dizem trabalhar mais na pandemia, assim aponta uma pesquisa feita pela Sempreviva Organização Feminista (acesse aqui).

Listei 5 ideias para uma maternagem mais leve e sem grilos, que, afinal, é tudo que a gente mais quer, não é? 😀

1//Tenha uma rede de apoio//
Aprendi que aceitar que não vou dar conta de tudo é um ato tão heroico quanto vestir a fantasia da mulher maravilha, fazer a criança se concentrar na atividade e sentir que meu dia rendeu bem. Para construir um ser humano é preciso de uma aldeia inteira.

Eleja uma, duas tias para te socorrer quando precisar fazer um trabalho ou ter aquele encontro com as amigas que há séculos você vem planejando. Quando teus pais moram longe, a rede de apoio fica ainda mais restrita, o recurso das tias, dos avós paternos também, são as salvações mais garantidas.

Atenção às possibilidades de uma nova pessoa para ajudar a cuidar da criança quando precisar nunca é demais. Na festinha dos amiguinhos da filha, surge aquele momento entre as mães, o que vale ficar na espreita se alguma delas tá precisando de um help com os filhos — dá pra negociar um dia ela ficar com as crianças e no outro você. Pode surgir também na conversa uma amiga com indicação de uma moça fofa, atenciosa, que é experiente com crianças e que gosta de brincar.

2//Faça algo por você//
Nem que para isso seja necessário madrugar, mas o lance é encontrar uma maneira de estar só por um tempinho, seja para se esticar na yoga, olhar a revista de traz pra frente e de frente pra traz, divagar na paisagem lá fora. Porque, é aquela coisa, chega uma hora que não temos da onde tirar para doar…

3//Aproveite a criança//
Criança é luz, e na loucura do dia a dia, mesmo que a gente não repare com toda atenção, ela salva o ambiente. E tem a criança de dentro da gente, né? (rsrs). Acho que quando temos esse lado de certa forma ativo o espírito de sobrevivência é maior. O psiquiatra e pesquisador Stuart Brown, fundador do The National Institute for Play (Instituto Nacional para o Brincar, em português), confirma: “Uma coisa muito peculiar sobre a nossa espécie é que fomos concebidos para brincar ao longo de todo o nosso curso de vida”, diz. Ele reforça que só temos a ganhar com os sinais de brincar: tom de voz, gestos corporais e expressões faciais.

4//Tenha uma rotina//
Vejo por aqui, quando a rotina é seguida, as coisas parece que fluem de forma mais tranquila. Isso é bom para a criança, que se sente mais segura, e para nós adultos, que temos a sensação de que a estrutura está garantida. Fora que quando eles dormem é a hora de relaxarmos, retomarmos a nossa própria conexão.

5//Esqueça os padrões das redes sociais//
Na era da vida “editável” no Instagram é meio que um ato natural se comparar. A jornada de cada mãe, de cada pai é única e a história que cada um escreve tem uma linha diferente. Mas vai lembrar disso na hora de rolar o feed?! O que não impede de se basear em algumas experiências dos outros para aprimorar o que você gostaria. Mas sem peso. O Instagram é excelente quando aproveitado como um meio de comunicação e informação. E que a gente nunca esqueça disso! 😀