Tenha filhos

Me identifiquei com o texto “Tenha Filhos” e gostaria de compartilhá-lo com vocês. Ele é uma descrição de diversas situações em que a maternidade nos coloca, desde economizar no tênis novo até se apegar à fé que antes estava um pouco perdida…  E como o texto diz, o melhor de tudo dessa experiência intensa, amarga e doce ao mesmo tempo é oportunidade de aprender e poder voltar atrás nas ideias. Não existe espelho nosso mais verdadeiro do que os nossos filhos para nos mostrar nossas ações, pensamentos e filosofias de vida. Vale a pena a breve leitura.

Happy family together hand in hand on the beach at sunset, summer time. Mother, father and a little child
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Maternidade relax

Maternidade divertida

Percebi nos olhos da Helena o quanto mergulhar de cabeça nos momentos em que estamos juntas faz bem para ela, e, sem dúvida, para mim também! Às vezes, estamos tão no automático que, quando paramos para ter o tempo com eles, não tiramos o pé do acelerador e eis que os zilhões de pensamentos continuam a todo vapor… Vocês já se pegaram nessa situação?

Esses dias pré e pós-festas de fim de ano tive momentos muito agradáveis com ela que me fizeram inclusive refletir sobre a importância de entrar na onda dos filhos, mas, para além disso, o quão faz bem sair do óbvio, do certinho, daquilo que é planejado, sabe?

Entrar com ela na piscina de roupa e tudo, pular, fazer ‘chuva’ de água com os pés me fizeram tão bem quanto para ela. Coisa simples, mas que tira as melhores risadas dela e me fazem sentir feliz. Notei que é necessário para mim, para ela, para a nossa relação sair do automático e fugir da mesmice. Que eu me permita sempre fugir do comum. De vez em quando, dormimos todos na sala e ficamos assistindo filme até pegar no sono. Alguém tem dúvida de que ela gosta? Aliás, quem não gosta disso? Desenvolvemos algumas atividades para curtirmos juntas ou em família, como tomar sorvete, fazer pic-nic e ir pra cozinha. Mas sempre tô pensando em ampliar esse repertório de novas diversões que, por sinal, eu adoro (quem tiver dicas, são sempre muito bem vindas!).

Ah, também tive ideia de criar um slogan só nosso. Relembrar as coisas legais do dia e inventar músicas para situações cotidianas também fazem parte da nossa diversão. E também improvisamos fantasias juntas!

Mas o que fazer para que os compromissos do dia a dia não nos façam esquecer do essencial da vida — ter momentos simples e que fogem do comum? Fernanda, que tal uma agenda? Ler esse post de vez em quando? Taí duas boas… Então, vamos exercitar o desapego da rotina nossa de cada dia e abrir a caixa da imaginação para o mundo encantado das nossas crianças? Mãe relax, ativar! 😀

O aprisionamento do ‘sim’

Gentem, qual o grau de dificuldade de vocês em dizer não? O meu é grande! E agora que sou mãe me pego tendo que exercer essa palavra váaarias vezes.

Com dois anos e oito meses, a Helena tem testado bastante até onde vamos com o “não”. Às vezes, sem perceber, me pego permitindo ou cedendo certas coisas que poderiam dar lugar a essa palavra que, por vezes, soa como algo negativo, mas que terá um impacto positivo na vida dela, certamente. Essa questão abre prerrogativas para as minhas divagações de que o “não” não é de todo mal e tem seu lado positivo. Daí podemos trazer vários exemplos para além da maternidade, por exemplo: um amigo que te faz um convite e você está indisposto mas não recusa com receio de “pegar mal”. Venhamos e convenhamos, que, apesar de vivermos numa cultura na qual constantemente colocamos o outro em primeiro plano, autoqualificar nossas vontades menos importantes do que a de um terceiro é péssimo.

Mas, voltando ao tema do “não” para os filhos, tenho tentado ponderar quando dizer não e quando posso ser mais permissiva. Tá, OK, disse NÃO, porém, ela chora, esperneia, ai ai ai, faço um passeio em torno das minhas culpas, do cansaço e, por fim, entrego a ela a oportunidade para abusar, manipular e me ganhar: um sim, um tá bom ou um só dessa vez… Não, definitivamente não, Fernanda, vá até o fim e mantenha-se firme com o seu N-Ã-O.

Esse é um dilema que vivemos hoje em casa com Helena: saber ponderar quando sim, quando negociar ou quando não é não. E se seu filho vive a adolescência dos bebês ou os terrible two como no caso da minha Helena, daí, amiga, vamos ter que ser mais fortes ainda. Mediante a um não, ignorar as birrinhas, esperar acalmar para conversar, retirá-lo do meio das pessoas e no momento de tranquilidade ajudá-lo a entender os seus sentimentos para que possa aprender a lidar com eles. O psicoterapeuta Leo Fraiman diz: a criança PRECISA aprender a criar, a negociar, a ceder, a esperar e a se frustar.

Ufa, que tarefa árdua, mas quem disse que seria fácil?

Dizer “não” é um sinal de amor

Maternidade e como a idealizamos

Oi mãramãmães, oi paripapães. Vcs, antes de terem a digníssima missão de criadores, idealizavam o mundo fantástico da maternidade e paternidade? Tipo, planejavam zilhões de coisas para que tudo saísse dentro dos conformes quando chegasse a tão esperada hora de aumentar a família? Outro dia uma colega disse que pretendia ter filho no próximo ano e que tinha que se preocupava com quais cursos preparatórios deveria fazer para estar mais preparada com a chegada do neném. Daí me veio uma coisa à cabeça: o quanto às vezes agente idealiza a maternidade e na hora da prática tudo (ou quase tudo) acontece diferente, de uma maneira mais natural, espontânea e instintiva. Tentando não desanimá-la com suas vontades (porque sonho é sonho), minha resposta a ela foi: deixa fluir e quando chegar a hora (a gravidez) vc decide se fará o curso, pois quando vc se tornar mãe aquela máxima de que “nasce um filho nasce uma mãe” vem à tona, pois é a mais pura verdade.

Quando engravidei, não estava planejando ser mãe. Vivia um momento de crise na minha profissão, sem emprego formal, e o pouco que entrava com meus trabalhos de freelancer não davam nem pra mim. Não tinha plano de saúde e consegui ter o melhor pré-natal do Brasil pelo SUS (isso mesmo!). Com a ajuda da família e dos amigos o universo da Helena foi ganhando forma e cor e a maternidade foi se incorporando aos poucos dentro de mim. Helena nasceu, muitas vezes surtei com minhas inseguranças, pertinentes a quem eu sou e à maternidade de primeira viagem, mas, no fim, lembrava da frase do pediatra dela, profissional prático e experiente que me tranquilizou em muitos momentos de pirações — aliás, um tema para eu contar para vocês a qualquer momento. Ele dizia: “escute sua intuição, apenas, você saberá o que fazer”.

Acho que maternidade não tem um segredo-chave, instruções, mais do que tudo é viver diariamente a experiência de ser mãe e pai. É dialogar com você mesmo sobre condutas, crenças e valores em prol de um ser em formação.

Ser mãe na prática e na imaginação