
A culpa que acompanha nós, mães. Psicólogos dizem que é impossível se livrar dela, mas que, sim, podemos lidar de forma mais branda. Se apegar a essa crença certamente pode trazer leveza para essa maternagem cheia de emaranhados, desafios e misto de sentimentos.
Esse papel poderia talvez ser mais leve e mágico se não fosse a imagem “pesada” sobre a mulher que é mãe que a sociedade criou ao longo de todo esse tempo. Um cargo exercido sem pausas repleto de reponsabilidades e carregado de exaustão.
Precisamos suportar essa gigantesca função tendo que encarar pressões sociais, de marcas que romantizam a maternidade, de outras mães (mesmo que inconscientemente) e da internet. A conclusão, no fim das contas, é uma maternidade exaustiva e cheia de culpas.
Segundo um estudo levado a cabo pela NUK, uma marca de produtos para bebês, 87% das mães têm sentimentos de culpa invariavelmente, enquanto 21% sentem isso o tempo todo. A culpa existe, hora maior, hora menor, e não podemos negar.
Mas como lidar com ela? Conteúdos disponíveis na internet e conceitos como “a mãe suficientemente boa”, de Donald Woods Winnicott, ajudam a gente a sobreviver aos nossos martírios maternos. Mas será que mesmo com acesso a tanta informação não será preciso investigar a raiz da onde surge tanta culpa em cada uma de nós?
A psicóloga e pedagoga Betty Monteiro disse durante uma palestras que “a culpa impede de educar, pois isso impede de dizer não”. Ela destacou também que quando a gente mostra para o filho que a gente o aceita com suas dificuldades e do jeito como ele é fica mais fácil desenvolver o vínculo e se libertar de crenças que levam à culpa.
A mente, esse jardim fértil dentro da gente cheio de pensamentos borbulhantes que criam a nossa realidade, pode ser reconfigurada para uma maternidade com menos culpa e sofrimento? SIIMM! E a metafísica está aí para comprovar.
Para essa filosofia que estuda a natureza da realidade a partir da relação entre mente e matéria, os pensamentos são ondas cósmicas no mar universal de energia em que vivemos e vão além do tempo e do espaço. Mais presentes e com a consciência plena desperta, temos mais controle dos nossos pensamentos, podendo, assim co-criar a nossa realidade.
Nas viagens pela internet, encontrei essa apresentação (clica aqui) do Master Shi Heng Yi, diretor do templo Shaolin, mosteiro budista em (Sung Chan), na República Popular da China, que fala sobre os cinco obstáculos que descrevem diferentes estados da mente (desejo sensual, má vontade, preguiça e torpor e inquietação).
Ele explica como são cada um destes obstáculos que atrapalham a gente num grau que às vezes nem imaginamos e usa como metáfora escalar uma montanha e as distrações (os obstáculos da mente) que surgem ao longo do caminho.
Sabe aquele momento quando você se organiza para ficar com o filho e desvia o pensamento indo fazer outra coisa nada a ver? Um exemplo de situação onde a gente está sendo traída pela mente.
Vale ver o vídeo, mas não vale pirar. Vai de boas porque, nos tempos em que vivemos, tá bem mais difícil escalar qualquer montanha sem parar pra pegar aquele fôlego. E outra, o ‘caminho do meio’ é sempre mais garantido ;). Bjs!