Mãe na real · Pausa para um papo

Se autoconhecer é um parto sem fim, mas que vale a pena ser assistido todas as vezes que esse marco na vida humana acontecer

Foto: Pexels

Sei que não deveria ser de vez em quando, pois foi como uma promessa de casamento: na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, eis que eu jamais o abandonaria. Foi difícil entender que eu estava insistindo em algo que não teria futuro, ou melhor, que faria sentido para mim no meu atual momento, já que, de uns tempos para cá, tenho me despido por inteira, sem nenhum pudor. É, caros, o espelho tem sido meu companheiro confidencial e olhar pra ele às vezes dói, uma vez que chego a não me reconhecer.

Mas, como nos relacionamentos, “dar um tempo” faz bem pra cabeça e pro coração, recalcular a rota é necessidade inerente da existência humana, pois, se estamos aqui para evoluir, precisamos rever nossas atitudes e conceitos de tempos em tempos.

Quando essa história da amor nasceu, eu era Fernanda. E, embora já tivesse nascido uma mãe dentro de mim, a Fernanda, na sua forma mais nua e crua, não tinha sido parida ainda. Precisava de tempo para curar, tomar corpo e pum: se lançar. Lançar para o alto avante, para a terra desconhecida que instiga medo e faz a gente querer desistir de acreditar no nosso potencial.

Esse terra tem nome e sobrenome e se chama Autoconhecimento com uma pitada de Amor-próprio. Digo amor próprio porque, quando chegamos na beira do abismo (é isso que o se descosturar faz!), o último gole que nos reste é o de amor-próprio. É preciso tirar das entranhas a fé em nós mesmos para continuar firme e forte.

Às duras penas, venho aprendendo que, quando existe um medo descomunal latente em nosso ser, é sinal de que o caminho tende a dar certo. Mas, certeza, certeza mesmo, só teremos quando chegar ao destino. Mas é aí que tá, talvez esse destino seja tão longe quanto a distância entre o céu e a terra e, quiçá, só passamos a conhecê-lo quando ingressarmos em outro planeta, num cosmo desconhecido nessa vida terrestre.

Por isso, como numa relacionamento em crise onde os dois lados se esforçam para dar certo não faz sentido olhar para trás. Afinal, o passado é um lugar onde não caibo mais e seu propósito foi servir de trampolim para eu chegar a conclusão do que quero e não quero — tanto ser quanto ter.

E nessas minhas andanças pelo labirinto que abriga o meu ser. revisito quem eu era aos dois, aos cinco, aos dez anos… e me reconecto com a Fernanda de hoje. No entanto, durante alguns momentos de distração sinto a Fernanda na sua forma mais límpida sem esvair entre os dedos. Tento segurá-la, mas minha ansiedade e inseguranças reaparecem para mostrar que não estão aqui pra brincadeira.

Cacilda, esse ônus de existir precisa fazer algum sentido, em algum momento da vida, em alguma situação. Então quer dizer que aquela “velha máxima” de que “Nem Tudo São Flores” é verdade? Poxa, vivi um terço da minha vida acreditando que isso era possível, mesmo inundada pelo drama de uma vida longe da família de origem.

Sim, ocorre que é possível encher de flores uma vida e aprender a ignorar os espinhos e, dependendo da resistência que você carrega, quebrá-los com os dedos, dando de ombros para eles.

Quanto ao futuro da minha relação com esta página, é indefinido. Mas, quando o assunto é compromisso comigo mesma, esse, mesmo nos meus lapsos mais profundos, eu carimbo com minha assinatura e registro em cartório em regime vitalício.

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Cuide da sua casa interna para servir banquetes de alegrias, atrair amores genuínos e fazer reinar a paz de espírito

Foto: @interioryesplz

Outro dia, descobri um perfil no Instagram que me fez me sentir acolhida, o nome do perfil é @queridasanidade, cujo propósito é acolher pessoas que sofrem de doenças e transtornos mentais, desmistificando o tema “saúde mental”.

Há cerca de um ano e meio fui diagnostica com Transtorno de Ansiedade, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT). Todos os eventos que acontecem em nossas vidas são escolhas nossas e eu decidi viver por muito tempo de uma forma que não condizia com meus valores e minhas crenças.

Tudo veio por terra quando engravidei. Mais que simplesmente amadurecer, a maternidade me fez despertar de um sono profundo. Por mim e pela minha filha decidi mudar a rota do meu destino, vivendo em busca do meu autoconhecimento com ajuda de psicoterapia para que eu pudesse ter as melhores ferramentas para ajudar no desenvolvimento e na educação da minha filha.

Já disse aqui que se conhecer dói, causa um desconforto nas nossas vísceras, chega a ser devastador em alguns momentos, levantando tudo pro alto como uma ventania forte que parece não passar. Mas daí, vem uma hora, e essa ventania acalma e você começa a organizar a sua casinha interna, entender da onde vem determinadas atitudes da mente (como diz meu psicólogo), por que eles surgem, como você pode tratá-las e superá-las.

Quem vive de Transtorno Obsessivo Compulsivo, que, no meu caso, se trata de pensamentos obsessivos compulsivos gerado por uma ansiedade, a qual desenvolvi desde a infância e se acentuou na vida adulta, está sempre tentando driblar as espécies de vultos que atravessam nosso cérebro. A sensação quando esse transtorno surge é de medo, dor e raiva, por exemplo.

Atrelado ao cérebro, o intestino é o nosso segundo cérebro, segundo cientistas, e o que o primeiro órgão não canaliza direito, acaba indo para o segundo, que tem correlação com nossa felicidade e nossa regulação de humor. Emoções como medo, raiva, dor e nojo podem passar pelo intestino e nos causar sofrimento e até doenças como gastrite nervosa.

De acordo com o estudo Existe uma relação entre a serotonina e o intestino? (clique aqui para ler), a serotonina é responsável por 95% serotonina, o vulgo hormônio, mais precisamente, o estabilizador do nosso humor. Por isso, quem sofre desses transtornos, como ansiedade e TOC, tem dificuldade de “digerir” certas emoções, uma vez que o cérebro, a grosso modo, não soube administrar.

Embora eu não tenha nascido com estes diagnósticos, portanto, não sou eles, aprendi a lidar, diariamente com cada um deles. É arrancando das forças que adquiri ao longo da minha trajetória que procuro cuidar de mim, buscando aqui dentro o amor e cuidado necessários para manter minha vibração elevada e não deixar essas atividades mentais atrapalhar o meu transitar pela vida.

Sou muito mais do que isso, sou quem ama a vida, independentemente de qualquer circunstância, meu sorriso é uma forma de agradecer o Criador por ter saúde e poder conquistar minhas coisas e cuidar da minha. Isso explica o porquê dele estar sempre estampado na minha cara.

Danço sozinha, tiro onda das minhas próprias atrapalhadas, me comovo com quem tem nas ruas a sua casa para morar, distribuo gentilezas a troco de nada.

A minha casinha interna, apesar das ventanias que dão o ar da graça quando menos espero, é um lugar decorado com amor, benevolência, fé e compaixão. E é essa casa que precisa estar impecável todos os dias para me receber com afeto e acolhimento para que meu chão não desabe.

Às vezes, essa casa precisa de faxina. É quando recolho os cacos do passado, sacudo a poeira das incertezas, arrumo meu armário e me desfaço das roupas que não me servem mais.

Cuidar da casa é encontrar goteiras quando menos se espera, é fazer aquela manutenção no jardim para remover pragas que tornam o solo infértil, é abrir a janela para a luz do sol entrar e invadir a alma.

E se você passa por situações parecidas ou iguais as minhas, faça da sua casa o lugar que você tanto sonha em morar, pois, como única que a habita, sua missão é ser feliz dentro dela. Assim, você poderá servir um banquete de alegrias, atrair amores genuínos e fazer reinar a paz de espírito.

Com carinho, Fernanda ❤

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O que é liberdade?

Se você busca por um mundo melhor, mais pacífico e livre, vale ler este texto, da Cultura de Paz da BSGI (Brasil SGI), fundação que visa difundir a filosofia humanística budista de Nichiren Daishonin, cuja diretriz básica é felicidade plena de toda humanidade

Antes de começar, vale destacar que a ideia aqui não é fazer demagogia ou influenciar à respeito de nenhuma religião. A minha proposta aqui com este texto é levantar uma reflexão sobre o caminho no qual podemos seguir para a paz e a liberdade de todos.

Foto: Pexel

Os trechos a seguir foram extraídos de um diálogo entre o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, e líderes da Divisão dos Estudantes da Soka Gakkai.

Um empresário norte-americano e sua esposa disseram-me algo muito interessante. Eles observaram que conheciam algumas das pessoas mais ricas do mundo, mas também perceberam que a vida de muitas delas era realmente sofrida: viúvas sentiam tristeza e vazio depois da morte de seus esposos; pessoas que haviam perdido todo o senso de missão; e outras que, mesmo tendo atingido suas
metas financeiras, viram-se subitamente frente a frente com seu verdadeiro eu e sentiram tristeza e solidão.

A verdadeira liberdade, em última análise, depende daquilo a que decidimos nos dedicar com sinceridade. Não significa simplesmente se divertir. Não é gastar dinheiro feito água nem é ter todo o tempo livre no mundo.

Não é tirar férias longas. Fazer apenas o que nos agrada não é liberdade, é
simplesmente capricho. A verdadeira liberdade reside no desafio constante do autodesenvolvimento para atingir um objetivo escolhido.

Esse caminho está revestido com o ouro reluzente da liberdade.
— É verdade que nossa tendência é pensar em lazer como sinônimo de liberdade, mas são coisas bem diferentes…

Se formos passivos, sentiremo-nos aprisionados e infelizes até mesmo no mais livre dos ambientes. Mas, se adotarmos uma atitude ativa e desafiarmos as circunstâncias, seremos livres, por mais restritiva que possa ser a situação…

No Budismo, a verdadeira liberdade está relacionada à própria condição de vida da pessoa. Alguém com condição de vida expansiva é livre até mesmo na mais
restritiva das prisões da Terra.

Adolfo Pérez Esquivel, ativista argentino dos direitos humanos e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, disse-me uma vez que a prisão havia lhe ensinado a ter uma clara valorização da liberdade. Natalia Sats, falecida presidente do Teatro Musical Infantil de Moscou, lutou contra a opressão e também transformou a cela em que permaneceu num local de aprendizagem.

Ela incentivou as companheiras de prisão a compartilhar o conhecimento de cada uma delas umas com as outras. Uma podia ensinar química, outra, medicina. A Sra. Sats, que era cantora e artista, interpretou canções e recitou poesias de Aleksandr Pushkin, esforçando-se para inspirar coragem e esperança em todas…
— Aqueles que se recusam a ser derrotados elas circunstâncias, por mais duras que sejam, são verdadeiramente livres.

Sim. Tenho certeza de que conhecem a história de Helen Keller (1880–1968). Quando tinha 1 ano e meio, ela perdeu a visão e a audição. A surdez também dificultou a fala. Contudo, com a ajuda da professora Anne Sullivan, ela gradativamente aprendeu a ler, escrever e falar, formando-se pela Radcliffe College, em Cambridge, Massachusetts.

Certamente, ninguém poderia enfrentar mais limitações do que ela — que era incapaz de falar, ouvir ou enxergar. Seu mundo era o de escuridão e silêncio. No entanto, ela expulsou a escuridão do coração…

Como resultado do trabalho extraordinariamente árduo, mais tarde, viajou por todos os países, dando palestras e oferecendo incentivo a outras pessoas com deficiências. Visitou o Japão diversas vezes e inspirou coragem no mundo inteiro.

Recusou-se a ser derrotada. Sempre voltou o rosto na direção do Sol em busca da resplandecente luz da esperança. Entretanto, era humana e, às vezes, se sentia desamparada e desanimada… Ela escreveu: Muitas vezes, escorrego, caio, paro, enfrento obstáculos ocultos, perco a paciência e recobro-a novamente, aí melhoro. Caminho com dificuldade, avanço um pouco, sinto-me encorajada e mais ávida, escalo mais alto e passo a enxergar o horizonte se ampliando.

Cada luta é uma vitória. — Ela viveu com força e coragem extraordinárias. Um dos nossos leitores jovens tem a seguinte pergunta: “Quero fazer o melhor, mas fico esgotado por ter de conciliar a escola, as responsabilidades familiares e as atividades do Budismo. O que devo fazer?”

É preciso desenvolver força. Quanto mais forte for, mais livre você será. Quem possui pouca resistência terá muitas dificuldades até para escalar uma montanha de apenas 400 metros de altura.

Alguém doente pode até nem conseguir escalá-la. Porém, a pessoa forte e saudável fará isso facilmente com alegria e entusiasmo.

Por essa razão, é importante desenvolver força… A liberdade
existe no autocontrole. Na sociedade, há regras e uma ordem segundo as quais vivemos e trabalhamos.

Há coerência e razão, direção e propósito. Isso fica evidente no mundo natural, também. O Sol se levanta ao amanhecer e se põe ao anoitecer. As estrelas brilham à noite. Cada um deles possui seu papel e segue determinado ritmo e dada ordem. Eles não aparecem aleatoriamente ou por capricho; assim, de certa maneira, suas atividades são restritas…

— Em outras palavras, fugir das responsabilidades não é o mesmo que liberdade.
É claro que você poderá fugir delas. Essa liberdade existe. Mas é uma liberdade pequena e insignificante. Essa liberdade só conduz a uma vida de grandes dificuldades, na qual você ficará impotente, fraco e se frustrará por completo.

Paralelamente a essa liberdade insignificante, contudo, existe uma liberdade muito maior. O renomado romancista japonês, Eiji Yoshikawa (1892–1962), escreveu: “Um grande caráter é forjado pelas adversidades”. Somente polindo a própria vida por meio de constantes dificuldades é que você poderá construir uma vida com o brilho resplandecente de uma pedra preciosa. Quando atingir esse estado da vida, nada lhe perturbará. Você será livre e vitorioso.

No momento em que perceber essa verdade, até as adversidades se tornarão alegrias. A própria ousadia de encarar esses desafios é a imensa liberdade…
A liberdade e a falta dela são duas faces da mesma moeda.

As pessoas mais ocupadas parecem ter as maiores restrições de tempo, mas elas frequentemente desfrutam, de fato, a maior liberdade. Liberdade não pode ser medida em termos de tempo; a quantidade de “tempo livre” que temos não tem nada a ver com a quantidade de “liberdade” que possuímos. É o que fazemos com nosso tempo que conta.

Duas pessoas com a mesma quantidade de tempo livre vão utilizá-lo de formas
diferentes: uma poderá apreciá-lo, enquanto outra poderá reclamar, achando que seu tempo livre é tedioso ou insuficiente.

De modo semelhante, você pode passar uma hora assistindo à televisão, vendo o tempo passar num instante sem fazer absolutamente nada, ou estudando, sentindo uma sensação gratificante de realização quando terminar. Essa hora pode ser um momento decisivo na sua vida.

A liberdade é determinada por seus valores, pelas coisas que você considera importantes na vida… De certo modo, nenhum de nós vai alcançar a verdadeira felicidade a menos que todos os demais sejam felizes.

Basear a própria vida e as ações nessa consciência é o que o Budismo chama de modo de vida do bodhisattva. Da mesma forma, só desfrutaremos de verdadeira liberdade se todas as outras pessoas também forem livres.

Em nosso mundo atual, um número excessivo de pessoas está acorrentado à pobreza, à opressão, ao medo e à ignorância; uma quantidade enorme delas é privada de sua liberdade pela guerra e pela discriminação. Aquele que se levanta para lutar pela liberdade dessas pessoas é verdadeiramente livre.

Espero que cada um de vocês se tornem esse tipo de pessoa. Portanto, é fundamental que encarem, com retidão, e desafiem as tarefas à frente, concluindo-as vitoriosos. Então, assim como as árvores crescem, dão flores e frutos por se enraizarem profundamente no solo e estendendo seus galhos em direção ao céu, vocês conhecerão, de modo natural, a liberdade cada vez maior. Por essa razão, avancem sempre rumo ao sol da esperança.

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Sobre como aprender a se amar

Imagem: Pinterest

Acho que se amar é um movimento constante, mas, que, como uma dança, você precisa pegar o ritmo dos passos. Eu sei, não deveria ser assim, deveríamos aprender a nos amar assim como aprendemos a falar, a andar… Mas numa sociedade que nos cobra tantas coisas seria uma injustiça nos amar antes de amar o próximo, não é mesmo?

Mas é possível existir o segundo sem existir o primeiro? Quem tem dúvidas de que os dois andam lado a lado que vá pro final da fila repetir a prova.

Perdoar, aceitar, acolher, admirar, só pode ser genuíno quando nós damos o primeiro passo, e primeiro passo não em direção ao outro, mas sim em direção a nós mesmos.

Se autoamar é como jogo de xadrez, você diz pra todo mundo que sabe, porém, na prática, parece que bate aquela amnésia a ponto de você mal saber mover a primeira peça do tabuleiro. Falar sobre amor próprio pode até ser um en passant, uma conversa corriqueira de bar, porém um assunto constante a se destrinchar na terapia, com o terapeuta atento, pronto para anotar cada movimento entre fala, gesto e olhar.

Nessas trocas mais profundas, é como você pegar a lupa e se investigar minuciosamente sem deixar escapar os detalhes que, aos nossos olhos, são besteiras, mas que para o terapeuta vale ouro!

Eu falei “vale ouro”? Falar de amor próprio e como esse sentimento brota dentro de nós e desabrocha para mundo vale ouro de diferentes formas. É o maior ato de riqueza que podemos nos servir e, consequentemente, servir ao mundo!

Por isso, por mais que você não saiba jogar xadrez, vale a pena você ter todas as peças e, claro, o tabuleiro para quando você precisar, e vc vai precisar, lembrar que o primeiro passo você já deu 😍

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Para você, mulher, que vive um relacionamento abusivo

Foto: De Susan Flores para Pexels

Às voltas com meus pensamentos, decidi escrever para você, mulher, que vive um relacionamento abusivo e talvez nem se dê conta de que está dentro dele, pois, a manipulação e a perversidade são tão bem costuradas do outro lado que chegamos a achar que nós é a que somos erradas da história, e por aí vai…

Não tem nenhum problema com o seu cabelo, você pode jogá-lo pro lado quando quiser se sentir mais sexy, ou decidir cortar uma franja para botar pra jogo aquele corte que vc tanto deseja.

Não tem problema nenhum com a sua roupa; os centímetros da sua saia não irão dizer quem você é além de passar a mensagem de uma mulher livre para usar a roupa que quiser.

Também não tem nada de errado você ter de trabalhar por mais algumas horas algum dia, isso jamais vai te invalidar como mãe ou esposa.

E está tudo certo você viajar à trabalho, já que esse compromisso faz parte do seu escopo. Ficar fora de casa por algumas horas não vai te fazer acreditar que você é uma mãe e uma esposa que abandona o lar a bel-prazer.

Por falar em algumas horas longe de casa, ter uma noite com os amigos ou fazer aquela confraternização de fim de ano da firrma não é a morte. Muito pelo contrário, te ressuscita, faz você estreitar laços com quem tá contigo pra todas as horas ou quem divide contigo uma boa quantidade de horas por dia!

Ah, e sabe aquele trânsito caótico que você enfrentou outro dia e acabou chegando em casa a tempo de não pegar sua cria acordada para dar banho nela e niná-la? Entenda: não foi culpa sua! Não há necessidade de justificar que o motivo do seu atraso foi o trânsito.

E sabe de uma coisa? Você não precisa dormir com o celular embaixo do travesseiro com medo daquela mensagem de um amigo querido ou de um papo sobre homem pelado 👀 com as amigas. Ter esses tipos de distrações faz bem pra cabeça, é como dar um rolê com a máxima sensação de liberdade de ser quem você é.

E, por fim, você não é uma mãe ruim, uma mulher egoísta que só pensa no trabalho, tampouco burra, fracassada, louca, errada… Você é I.N.C.R.Í.V.E.L e merece todos os louros do mundo!!! ✨🧡

Bem-estar

Como pegar leve com você no final de ano

Foto: De Caroline Veronez para Pexels

Sente que está se desdobrando em mil, equilibrando vários pratos, e mesmo assim não é o suficiente? Parece sempre que você está deixando a desejar em algo, seja como mãe, profissional ou dona de casa? A primeira coisa que eu digo e que você já deve ter escutado centenas de vezes é: pegue leve com você. Se até as máquinas pifam quem dirá nós, meras mortais?

A segunda coisa é não querer abraçar o mundo, isso nos traz um desgaste mental absurdo que não merecemos ter. E, com a chegada do ano, a pressão sobre nós mesmas é ainda maior, é o planejamento das festas de final de ano (mesmo as crias não passando com a gente nesse ano, como é o caso de muitos pais separados como o meu), a tensão em conseguir fechar todas as contas sem ficar no vermelho, a indecisão se arrisca viajar mesmo com orçamento apertado só para dar uma trégua a você mesma, a necessidade de achar uma roupa para o ano novo, a pressão de conseguir entregar tudo no trabalho com muito esmero, o desejo de querer torrar todo o 13° com a cria – é, sempre pensamos mais neles do que na gente! Enfim, se durante o ano todo sentimos a pressão de ter que dar conta de tudo parece que nessa reta final tudo recai sobre a gente de uma vez. Uma coisa pode te trazer conforto: não precisamos bater todas as metas.

A casa pode ficar para depois, aquela roupa que você namora pode esperar se for pra ser sua, a viagem pode ser feita em um outro momento em que você tiver mais desafogada. O segredo é ponderar o que é necessário e urgente e o que pode esperar um pouco. Claro que sempre priorizamos nossos filhos, mas, que tal colocar nessa balança algo que pode ser benéfico a você como ir ao parque, andar de bicicleta, consumir conteúdos edificantes durante o dia na cama, visitar aquela tia que você não vê há um tempão? Enfim, cercar-se de coisas que vão inflar teu coração e preencher o seu peito de alegria! A única pessoa que você estar com tudo em dia é você, então, cuide da sua mente, do seu espírito e do seu corpo, trata-se com todo amor do mundo para que você seja melhor fonte de amor para os seus.

Com carinho, Fernanda D’Angelo ❤

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O livro “Mulheres que Correm com os Lobos”, é uma luz no fim do túnel

Ilustração: alanjyk/ Pinterest

O livro “Mulheres que Correm com os Lobos”, da psicanalista Clarissa Pinkola Estés, foi um divisor de águas na minha vida. Após passar por quase três anos trancafiada em casa com minha filha de quatro anos na época da pandemia causada pelo Covid-19, seguida de um relacionamento turbulento de dez anos com pai dela, passei a viver uma crise existencial ferrenha, dessas que parecem que nunca ter fim.

E essa obra foi como um bálsamo para minha alma, deixando meu coração quentinho. E, embora não dê para resumir esse primor de livro em um post só, vou tentar explanar sobre este livro,  que mudou minha forma de enxergar a mim e o mundo a minha volta.

Em primeiro lugar, o nome do livro é uma associação das mulheres com os lobos, que precisam galgar seu espaço como um animal feroz no mundo formado por uma cultura machista e patriarcal. Os lobos não fazem mal a ninguém, eles só querem cuidar da sua matilha, bem como a mulher, que batalha para cuidar de si e dos seus. Mas antes de se tornar uma “mulher lobo”, eis que surgem alguns embates.

Chega um determinado momento da vida da mulher que ela coloca em xeque tudo que lhe foi passado como verdade em termos de valores, é quando ela começa a questionar o status quo e passa a desvendar suas próprias verdades. É como tirar a fenda dos olhos, por assim dizer, e passar a viver uma vida com propósito.

Essa mulher acorda de um sono profundo e vai em busca dos seus objetivos e do que acredita sem mais ter que viver à sombra dos outros. Ela passa a ter sua opinião própria e a florar dentro de ti sua natureza instintiva que, por muitos anos, foi abafada.

Essa mulher já não tem medo mais do que está por vir e, embora cambaleie entre seus valores reais e aquilo que lhe foi pregado como verdade, ela ainda resiste e consegue andar, a próprios passos, até que chega um momento em que ela não tem dúvidas sobre quem se é passa a ter uma força vital inquebrável.

A sensação de impotência e de anulação perante a uma sociedade que dita como devemos ser e agir cai por terra, uma hora ou outra. É quando nós temos de ser mães de nós mesmas. Nós que devemos nos acolher e nos oferecer o amor que merecemos para viver uma vida com sentido.

O livro ressalta que a mulher autossabotadora aparecerá ao longo de nossa trajetória, por isso é tão importante focar nos nossos valores internos, para que quando esse “monstro” der o ar dá graça nós tenhamos as ferramentas necessárias para expulsá-lo sem dó nem piedade.

Sabemos que é um tanto quanto difícil, afinal estamos falando de uma vida que envolve infância, relacionamentos desastrosos por vezes e vários nãos que a vida nos deu. Mas desistir é algo que não está no roteiro de uma mulher lobo, que luta como uma caçadora por suas convicções.

Quando a mulher se torna uma mulher selvagem, o medo fica pequeno perto da sua coragem. É preciso ativar esse lado selvagem da mulher lobo para que sonhos sejam construídos, objetivos sejam alcançados, relacionamentos atinjam o sucesso.

O livro traz luz sobre a importância de nós mulheres adquirirmos coragem para enfrentar aquilo que nos foi pregado como verdade absoluta ao longo de nossas vidas e que não faz mais sentido de ser carregado.

Trata-se de fardos que não nos pertencem, mas, que por algum tipo de insegurança, carregamos na nossa bagagem durante o tempo em que agíamos como sonâmbulas, andando pela casa, falando com as pessoas, mas sem saber do nosso propósito de vida.

Faltam poucas páginas para eu terminar de ler o livro, mas já logo adianto que é uma super leitura e promete mexer com suas estruturas. ☺

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De um peito rasgado nasce um dia ensolarado

Me rasgo tentando compreender o que me prende como uma âncora que não deixa o barco navegar pelas ondas, ora turbulentas, ora calmas, de um mar que resiste a todas as formas de maus tratos.

Me remendo tentando entender o que me arrebentou o peito e me fez doer o coração enquanto eu ansiava por afeto, mas me vi sendo acometida pelo desamor.

Me atravesso toda vez que tento compreender a origem dos meus pensamentos, o motivo de me colocar na encruzilhada da vida e pedir para ser apedrejada quando, o que mais anseio, é por amor.

Me firo toda vez que crio cenas na minha cabeça de amores não consumidos. Me tiro de cena toda vez que tenho a prova viva de que eu preciso me calar diante de uma manifestação de raiva ou conclusão precipitada, ou até mesmo diante de um esboçar maquiado pela raiva.

Em compensação, festejo o amor, a cumplicidade,  a amizade genuína, o ato de doar ao outro, a virtude que nós seres humanos temos de vibrar pela alegria do próximo.

Me corto os pulsos toda vez que insisto em algo que me faz sangrar alma. Viver querendo o amor de quem está tomado pela sede de vingança, pelo querer ofertar sofrimento em detrimento da bem-aventurança, é como morrer estando viva.

Me despedaço quando perguntas não são respondidas, elogios são ignorados e refúgios me são dados.

Me quebro por inteira quando meu sorriso, meu olhar com afeto, minhas palavras amorosas são recebidas com pouca, ou quase nada, aceitação.

Me desfaço do meu ser toda vez que ocupo espaços que não me cabem, onde a indiferença, o desprezo são servidos de bandeja sem dó nem piedade.

É preciso ser muito para viver num mundo de tanta frieza, de tanto desprezo, onde o perdão não tem vez, e o desejo de lacrar é maior do que a vontade de amar.

Que não seja necessário nos arrebentar por inteira para entender que o amor é tão essencial quanto o ar que preenche nossos pulmões.

Que o romance entre o céu e as estrelas nos abasteça de esperança por um mundo tão cintilante quanto os astros que enfeitam nosso planeta. Que nossos dias sejam compostos de pessoas dispostas, a amar, a perdoar, a fazer da dor o antídoto para a cura.

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Como viver uma vida mais plena e condizente com o seu propósito

Foto: @minhyunwoo_ para @voguekorea

O conceito de sucesso, para mim, é muito subjetivo. Sucesso, do meu ponto de vista, é, sobretudo, você ter uma vida interior de modo que ela faça dilatar a vida exterior.

Buscar se conhecer, ser luz mesmo diante das dificuldades, ressignificar pensamentos para que suas ações andem alinhados com o universo que vagueia seu mundo interno são antídotos contra o sofrimento.

E ter sucesso, para mim, é sentir o peito de alegria e gratidão, independentemente das circunstâncias. E quando você passa a se relacionar com você de maneira plena, enaltecendo seus pontos fortes e acolhendo suas sombras, com a consciência de que é possível atingir níveis de melhorias sempre, mas sem dar uma machadada na sua cabeça por se sentir frustrada por algum pensamento ou ação, você conquistou a sua paz de espírito e sucesso é você viver em paz apesar de tudo.

Esse é um exercício de prova de amor a você mesma, que pode ressoar de forma positiva no seu lado profissional também.

Nessa matéria do site Mama Disrupt (clique aqui para ler) sobre “Como 10 Mulheres Mais Ferozes do Mundo Encontraram o Sucesso”, a designer Diane Von Furstenberg atesta que ”o relacionamento mais importante é aquele que você tem com você mesma”.

Ela completa dizendo que você é a solução, que você pode ser luz enquanto os outros são negativos. Para pessoas que captam egrégoras de todas as nuances não se abater com o que orbita no seu entorno é um tanto quanto desafiador.

Recorrer à espiritualidade, focar em crescer, buscar inspirações, mergulhar em leituras edificantes são caminhos que se pode percorrer quando sua luz interior ameaça perder a força. Enfim, “se comprometer com você mesma é uma forma positiva de se proteger de tudo aquilo que é negativo”, assim afirma o Lama Michel Rinpoche.

Digamos que olhar para si é também olhar para o outro, já que, juntos, formamos a unicidade. O Lama Michel diz que: “Quanto mais eu sou focado em mim mesmo, mais espaço eu ocupo e mais eu esbarro em situações e mais eu me perco de mim mesmo.”

Enfim, atingir a plenitude, não deixar se influenciar por negatividades em detrimento da sua luz é atingir um nível de espiritualidade em que você possa enxergar o próximo como um ser importante tanto quanto você, logo, a felicidade do outro tem a mesma medida de importância que a sua. Desejar o bem, transformar pensamentos e atitudes ineficazes é “cuidar de você e de todos”, como afirma o Lama.

A apresentadora e exemplo de sucesso no mundo todo, Oprah Winfrey, disse na matéria que destaco acima isso: “Eu vivo de dentro para fora. Tudo o que tenho, tenho por que deixei que fosse alimentado por quem eu sou e por aquilo que percebo que poderiam ser as minhas contribuições para o planeta.”

Cada vez acredito mais que uma vida externa sem vida interna é insignificante. Viver internamente é se encarar de forma sincera, vigiar teus pensamentos para que eles rumam em direção à evolução, para que eles tornem a sombra invisíveis aos olhos e a luz resplandeça incessantemente.

E para dar aquele toque final de despertar, lá vai mais uma declaração do Lama Michel: “Se não existir uma mudança interior, a situação continuará a mesma. Todos os sofrimentos e alegrias surgem e vêm diretamente da mente. Aqueles que têm um nível mais elevado devem conhecer os segredos da mente.”

Com amor, Fernanda D’Angelo ❤

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Você está aberta para a vida?

Foto: Unsplash

Experiências traumáticas, dores existenciais, conflitos internos… Estes, são só a pontinha do iceberg do que eu posso chamar de bloqueios que não permitem você ser feliz de verdade.

Enquanto tentamos buscar no outro o que só encontramos dentro de nós, essas lacunas emocionais vão sendo empurradas para debaixo do tapete como poeira.

Só que uma hora, esse pó todo insiste sai do lugar à medida em que andamos sobre o tapete. É, eu sei, cutucar a ferida não é fácil. Essa habilidade requer força de vontade para não fazer vista grossa para aquilo que precisa de boa dose de atenção e coragem para não abandonar o que vem pedindo socorro dentro de você.

Mais do que ajudar a lidar com suas próprias sombras, a psicoterapia pode ser seu salva-vidas para não se afogar nos conflitos internos. Ela pode te abrir para o plano mental de uma tal forma a ponto de não se reconhecer a mesma pessoa de dois anos atrás.

Se conhecer de forma profunda é investir na cura, é fazer as pazes com o passado e vislumbrar um futuro ais de vitórias do que de derrotas. Buscar ferramentas para se destrinchar é a maior prova de amor que você dá a você mesma.

Não existe caminho nem receita para você descobrir como e por onde seguir em direção às descobertas do seu ser e do aprimoramento pessoal. Mas se tem uma coisa que o autoconhecimento te leva é a viver uma vida de forma mais criativa.

Digo criativa no sentido de você contestar acontecimentos passados para ser melhor no presente e no futuro, além de questionar o “status quo” e buscar quebrar padrões coletivos.

Se para viver uma vida mais condizente com nossa verdadeira essência, onde existe a simbiose entre pensamentos e ações, é necessário se olhar no espelho e enfrentar a escuridão, que assim seja.

Ter nossos passos sincronizados em direção ao caminho da luz é percorrer o espírito de benevolência, se desintoxicando de todos os venenos mentais que um dia te levaram para a beira do abismo.

Esse pacto que você faz com você mesma te tira do entorpecimento de achar que o culpado de suas amarras e atitudes errôneas é o outro. Para mim, o relacionamento mais trabalhoso que temos é o que cultivamos com nós mesmas.

Não adianta fingir que somos o que não somos, não adianta fugir do resultado dos nossos atos, não adianta terceirizar a responsabilidade, pois, se tudo acontece como acontece, é porque, em algum momento, contribuimos para isso.

E apesar de todas as lutas e batalhas, posso te dizer uma coisa, mana, você pode resgatar o seu lado “mulher selvagem”, fazer as pazes com a sua criança e comandar o seu barco que navega nas marés da vida, por mais que as ondas testem a sua capacidade de resiliência. Seja forte, siga adiante e se supere! Beijos com carinho, Fernanda ❤.